quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Menina
A menina chegou sorrateiramente
Tinha no olhar qualquer encanto
De não saber o querer
De ter medo
De doer.
Seu sonho, não tão sutil,
Entretanto
Guardado no baú dos ossos
Sonho tecido em linhas tênues de paixão.
Quer desencantar
Quer cantar
Quer dançar
Assim, simplesmente.
Tão ambígua sua sorte
Que nem aparece em cartas de tarô.
A menina, em dias de misantropia,
Tece um invólucro em volta de si
De pura fantasia e algodão doce,
Mas em outros dias
Sua alma se deleita e faz orgia
Com a palavra
A risada
E de volta a melancolia.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
A poesia de Adla
Ela fala de" entender aquilo e ser aquilo que não se é". Eu falo assim: Menina eu te entendo, ou entendo esta alma poetinha que te habita, tão rica e inspirada e reafirmo que pra nós leitores, é melhor que você não se entenda, porque enquanto busca se entender vai derramando teus versos pelo caminho, nesta investigação tão lírica. Quisera ser eu este bailarim, ia te ofertar não cetim, mas toda plenitude do véu, do céu ( sem te ressentir). Mas agora, pronto não quero rimar! Quero apenas beber esta tua poesia.
http://www.overmundo.com.br/banco/cetim
http://www.overmundo.com.br/banco/cetim
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Me afogo no Gregório
Choro
de Gregório de Matos
Como exalas, penhasco, o licor puro,
Lacrimante a floresta lisonjeando?
Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.
Eu, que o rigor lisonjear procuro,
No mal me rio, dura penha, amando;
Tu, penha, sentimentos ostentando,
Que enterneces a selva, te asseguro.
Se a desmentir afetos me desvio,
Prantos, que o peito banham, corroboro,
De teu brotado humor, regato frio.
Chora festivo já, cristal sonoro;
Que quanto choras se converte em rio,
E quanto eu rio, se converte em choro.
de Gregório de Matos
Como exalas, penhasco, o licor puro,
Lacrimante a floresta lisonjeando?
Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.
Eu, que o rigor lisonjear procuro,
No mal me rio, dura penha, amando;
Tu, penha, sentimentos ostentando,
Que enterneces a selva, te asseguro.
Se a desmentir afetos me desvio,
Prantos, que o peito banham, corroboro,
De teu brotado humor, regato frio.
Chora festivo já, cristal sonoro;
Que quanto choras se converte em rio,
E quanto eu rio, se converte em choro.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Lavanda de Meu Yahoo
Noite.
Exausta.
Assumi tantos compromissos com a internet, ultimamente, que todo dia durmo exausta e pesarosa, por não poder cumprir com todos. E-mails que se acumulam em minha caixa de entrada, numa lista crescente e assustadora. Neste momento tenho mil cento e setenta e-mails não lidos e um tanto outros interessantes, que devo repassar ou reler. Penso em minha avó, que em toda sua existência não chegou a ler quinhentas cartas e sinto saudades, saudades de um tempo que não vivi, mas que empresto das avós, e nesta mágica memória posso vê-las guardando suas cartas perfumadas e decoradas com ramalhetes de flores, numa caixinha, com zelo desmedido. A poesia deste momento é palpitante. Bem, mas ainda tenho que responder scraps do Hi5 e orkut, atualizar blog, My space, facebook... Não dar pra ficar vasculhando baús e cheirando a naftalina dos outros. Mas quem sabe uma dessas incongruentes personagens que me habita, não coloca um pouco de lavanda nas cartas de meu yahoo.
sábado, 17 de julho de 2010
Silêncio
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Resposta
Resposta
Nem o perfume da terra,
Nem a essência do sopro do mar,
Esconde
O almiscarado perfume da sedução.
Nem o mais recôndito medo,
Faz refrear
O passo da aproximação,
Do querer,
De se entregar
E transcender o universo
Na cavalgada sutil
Dos corpos nus.
E na hora exata,
Na hora que as almas abandonam seus corpos
E naufragam na imensidão do prazer,
Nem a noite, Nem o apagar das velas
São capazes de ocultar,
O olhar,
Aquele olhar da sedução.
Nem o perfume da terra,
Nem a essência do sopro do mar,
Esconde
O almiscarado perfume da sedução.
Nem o mais recôndito medo,
Faz refrear
O passo da aproximação,
Do querer,
De se entregar
E transcender o universo
Na cavalgada sutil
Dos corpos nus.
E na hora exata,
Na hora que as almas abandonam seus corpos
E naufragam na imensidão do prazer,
Nem a noite, Nem o apagar das velas
São capazes de ocultar,
O olhar,
Aquele olhar da sedução.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Quem disse foi a Leila Diniz!
sábado, 10 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
al pederte
"Al perderte...
Al perderte yo a ti
Tu y yo hemos perdido:
Yo por que tú eras
Lo que yo más amaba
Y tú por que yo era
El que te amaba más.
Pero de nosotros dos
Tú pierdes más que yo:
Porque yo podré amar a otros
Como te amaba a ti,
Pero a ti no te amarán
Como te amaba yo."
Ernesto Cardenal
Al perderte yo a ti
Tu y yo hemos perdido:
Yo por que tú eras
Lo que yo más amaba
Y tú por que yo era
El que te amaba más.
Pero de nosotros dos
Tú pierdes más que yo:
Porque yo podré amar a otros
Como te amaba a ti,
Pero a ti no te amarán
Como te amaba yo."
Ernesto Cardenal
terça-feira, 6 de julho de 2010
Confesso: Eu li Paulo Coelho
Confesso!
Eu li Paulo Coelho e, graças a Deus, passei da idade de ficar tentando esconder isso. Li Paulo e me deliciei com a história do pastorzinho espanhol e garanto que é talvez mais interessante do que a história do principezinho suicida. Paulo ainda estava inebriado por sensações xamânicas e escrevia com a urgência de quem precisa ser lido, amado e contemplado. O segundo livro dele que tentei ler era estranho - e só ele sabe dizer o porque - tinha perdido a poesia e não trazia exatamente a narrativa apaixonada de quem um dia ocuparia uma cadeira na Academia de Letras. Li umas dez páginas e minha diarista o pediu emprestado, depois disso ela começou a usar sombra lilás e a limpar a casa como se tivesse cumprindo um rito mágico. E isto para mim era mais mágico do que todas as cartilhas escritas nos anos noventa sobre druidas e religiões celtas. Mas além de Paulo Coelho, eu também li Joyce, Camões, Sartre, Hesse, Euclides da Cunha e igualmente li Raquel de Queirós, Sheldon em italiano, aliás em italiano eu li tantos livros proibidos pelo list dos pseudo intelectuais brasileiros que isso me levaria cinqüenta vezes à fogueira ,das vaidades, quero dizer! E quando achei que já sabia o suficiente de italiano, para não ter problemas em morar em Roma, retornei aos autores de minha infância e adolescência, graças à Biblioteca da Embaixada Brasileira na Piazza Navona. E é totalmente inenarrável o sentimento de no inverno italiano, contemplar o pássaro de Cecília Meireles, no ovo de louça azul, num céu límpido do Brasil, pousado no ar. E “com a matéria sutil da noite e da nossa alma” construir sonhos e olhar da janela das recordações, a felicidade do outro lado do mundo, antes de ser sacudido pelo vento da strega e correr para devolver, com a cumplicidade da governanta portuguesa, o livro “emprestado” da vasta biblioteca do palazzo Brasiliano.
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