quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Menina


A menina chegou sorrateiramente
Tinha no olhar qualquer encanto
De não saber o querer
De ter medo
De doer.
Seu sonho, não tão sutil,
Entretanto
Guardado no baú dos ossos
Sonho tecido em linhas tênues de paixão.
Quer desencantar
Quer cantar
Quer dançar
Assim, simplesmente.
Tão ambígua sua sorte
Que nem aparece em cartas de tarô.
A menina, em dias de misantropia,
Tece um invólucro em volta de si
De pura fantasia e algodão doce,
Mas em outros dias
Sua alma se deleita e faz orgia
Com a palavra
A risada
E de volta a melancolia.