Atualizando Gregório Para Dia de Hoje

Choro
de Gregório de Matos

Como exalas, penhasco, o licor puro,
Lacrimante a floresta lisonjeando?
Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.

Eu, que o rigor lisonjear procuro,
No mal me rio, dura penha, amando;
Tu, penha, sentimentos ostentando,
Que enterneces a selva, te asseguro.

Se a desmentir afetos me desvio,
Prantos, que o peito banham, corroboro,
De teu brotado humor, regato frio.

Chora festivo já, cristal sonoro;
Que quanto choras se converte em rio,
E quanto eu rio, se converte em choro.

Vila Junina 2011

Vila Junina

As casas de taipa da Vila Junina, já fazem parte do Arraiá Pé de Serra do Peri- Peri, conceituadas no primeiro ano do projeto, e que agregam valores e personificam a festa, servem de cenário para ilustrar momentos históricos da região, bem como costumes e modo de viver do povo. Neste ano, além de “Casa do Tropeiro”, “Casa do Cordel”, “Casa do Bode”, teremos: Casa do Milho; a tão sonhada e esperada Casa da Farinha; Casa Joaquim do Fole, que pretende homenagear e contar a trajetória artística do músico Conquistense; Casa Topázio e Baianão, onde os músicos receberão seus amigos e pessoas da comunidade interessadas em conhecer causos da época de ouro das rádios em Vitória da Conquista; Casa do biscoito, onde um forno a lenha, oferece ao visitante o aroma peculiar das festas juninas; Casa da terceira idade, onde serão vendidas iguarias juninas; “Casa do Licor” e “A Capelinha de Melão”, este ano decoradas com quadrinhas juninas em fitas, produzidas por crianças das escolas municipais.

Arraiá Pé de Serra do Peri-peri ano III

No próximo dia 12 de junho começa o “Arraiá Pé de Serra do Peri-peri” e uma das principais atrações é O Memorial do Reisado, venho trabalhado na sua pesquisa há meses para conceituar um espaço, que além da diversão possa também oferecer conhecimento ao visitante e as peças confeccionadas no ateliê improvisado no “Solar da Victória”, como meus amigos gostam de chamar, já começa a ganhar personalidade própria e em breve seguirá para o Memorial Regis Pacheco para compor seu espaço.

A exposição tem como principal objetivo valorizar e difundir a tradição e performance dos festejos juninos, resgatando as tradições populares brasileiras e sua origem ibérica, que nos reconta, apesar da religiosidade com que é vista, os elementos pagãos imbuídos em seu tom alegórico. A miscigenação brasileira desde seus autos de bois, até as apresentações de pássaros juninos com seu misticismo e sonoridades, cores e significados que representam nossa cultura e que a diferencia. O memorial vai abrigar também elementos que representam as festas juninas em diversas partes do país, que ilustradas através das maquetes do artista plástico Marcelo Viana conta a peculiaridade destas comemorações em cada região. E para contar a trajetória artística de Sivuca, um dos homenageados, será criado o espaço “Feira de Mangaio”, com uma instalação, cujos objetos ilustram a obra deste grande mestre. E para dar o tom lúdico da exposição, serão apresentados os bonecos de Sivuca e Glória Gadelha, sua companheira. Em outras salas serão apresentado: “A carta” através de um cenário minimalista, onde serão recriadas cenas da ópera de Elomar Figueira, cujo ápice da história se passa numa noite de São João, além de textos e objetos, levando a comunidade á conhecer um pouco mais sobre a obra deste ilustre conquistense; o já tradicional espaço Rei do Baião com algumas personagens de sua obra e o acervo junino do memorial, com peças expostas em anos anteriores. A remontagem do Memorial do Forró envolverá restauração das peças e instalações que compuseram a exposição do memorial ano passado.